Wednesday, February 26, 2014

A CAIXA





Não sei por que raio me lembrei de "caixa"... talvez por que podemos dar inúmeros significados a uma caixa. Poderá ter leituras muito interessantes. O que pode ter? O que pode levar? O que pode esconder ou trancar?
A caixa...tem uma? Onde guarda as suas recordações?... Medos? Segredos?
A-ah, quem não tem...quem não tem, não é normal com certeza.

O que tem a sua caixa?

A minha tem de tudo. Tralha. Muita tralha. Mas também peças, peças valiosas, herdadas, e sem preço. Tem muitos risos e o fundo molhado, de lágrimas. A minha caixa não é deslumbrante, mas é muito resistente. Não sei abri-la, já precisei e não consegui. Ela abre-se sozinha quando quer, e a quem merece. Serão todas assim? Era bom que sim...parece me mais seguro.
Tenho a minha guardada para lá da minha imaginação. Está num canto seguro, onde se vislumbra apenas a sua forma. Linhas direitas e luminosas. Não tem chave, nem fechadura. E não me lembro da ultima vez que lá fui. E fui lá fazer o quê? Não sei ao certo. Temos tanta necessidade de tanta coisa... talvez tenha ido lá buscar alguma recordação, algum valor perdido, alguma imagem de mim, ou quem sabe à procura de me encontrar. Quantas vezes precisamos de nos encontrar?!! Tantas!!!!! Sim. Passamos a vida perdidos, não? A busca de algo em nós, ou de nós como queremos ser, ou idealizamos ser, é ou não é uma procura? Se procuramos algo, é por que de alguma forma estamos perdidos algures... é, é muita informação... reconheço. 
A caixa afinal, não é só uma caixa, uma mera e banal caixa de papelão.
A caixa parece-me ter e ser quase tudo. A caixa o que esconde ou guarda lá dentro provavelmente, somos nós. Transversal a qualquer raça ou crença, classe ou status, todos temos uma! Que devemos cuidar e visitar com regularidade. Para que acima de tudo, não nos esqueçamos de quem somos, e de que é que somos feitos.
Já visitou a sua caixa hoje? E está arrumada? Sim, arrumada. É muito importante que esteja arrumada. Alguém com uma caixa arrumada, parece-me que vive melhor ;) de certeza.




Tuesday, December 11, 2012

O AMOR NÃO É SIMPLES



Não consigo encontrar um definição exacta do que é o amor, numa só palavra, ou numa só frase. Alguém consegue? É muito complexo.
A primeira coisa que nos ocorre, talvez seja, que é um sentimento bom. Ponto. Mas, será sempre bom?  Porque o amor tem inúmeras formas de manifesto. Constrói-se, destrói-se, se auto-destrói, aparece, desaparece, faz sorrir, faz chorar, enfim! O corpo que ganha, ou deixa de ganhar é muito vasto e imprevisível. A verdade é que o amor, está num pedestal. É um facto. E é lá que no fundo, gostamos e precisamos de acreditar que assim seja. Eu acredito na sua força universal. Acho que não há dúvidas. Porém, o difícil é defini-lo. Como definir algo que, hoje é uma coisa, e sem darmos por nada, amanhã pode ser outra! E vamos atrás! Hoje, podemos sentir algo, que amanhã já não sentimos mais...
Muitas vezes, e por acréscimo, esta instabilidade pode nos levar a assumir uma série de comportamentos desconhecidos até então. Como tudo na vida tem as duas faces da moeda, o amor também as tem. Falar no seu lado cor-se-rosa é fácil, todos sabemos como é delicioso, e é mesmo! Porém, como será o outro lado?? Logicamente se um lado é bom, o outro é mau.


Todos sabemos, mais não seja através dos media, dos trágicos contornos que o amor desmedido, orgulhoso ou sofrido pode ter. Ele pode ganhar carácter suicida, violento, auspicioso, e  até maléfico.


Não se pode pensar que se calhar sente amor ou pensa que sente amor. O amor não pode ser sentido com dúvida nenhuma, ou é, ou não é.
Eu custa-me acreditar que uma mãe que abandona o seu filho, o ame. Custa-me acreditar que o marido que espanca a mulher, quando não está nos seus melhores dias, a ame. Custa-me acreditar que alguém que não aceita o fim, não siga a sua vida, e destrua a sua e a da outra.
Chego à conclusão que nem todos nós sabemos amar, e é triste.
Para se saber amar, e sermos amados, sem dúvida temos que estar preparados para aceitar uma hipotética perda. Ou um hipotético fim... não me parece que se consiga recomeçar, alcançar, ultrapassar algo na vida, sem primeiro passar por uma perda ou um fim. Faz parte.
Saber amar...é saber de muitas outras coisas...
Temos que ser seres humanos muito completos, e muito equilibrados para alcançar este dominio...

Monday, April 12, 2010

Guerra dos Sexos




Há pouco tempo, fui surpreendida perto do meu local de trabalho, por uma extensa manifestação, e como é normal suscitou-me a curiosidade. Acabei por descobrir que se tratava duma marcha contra o casamento homosexual. - Lá volta o Portugal dos pequeninos a dar o ar da sua graça. - Bem, lá se passeavam casais de todas as idades, de todas as classes, com os respectivos filhos, etc ... enfim, desfilavam de cara fechada, aclamando a familia feliz, a familia prodigio, perfeita, onde nada acontece. Fiquei revoltada. Não com a sua opinião, cada um tem a sua. Mas sim, com a sua limitada capacidade de aceitação, com a falta de jeito, e má vontade que estas pessoas têm em aceitar, e saber lidar com a diferença! Seja de raça, religião, ou orientação sexual, aquela ridicula passeata a meu ver, foi um puro acto de discriminação!
Aquele retrato de familia feliz e perfeitinha, para mim não passou de um desfile de falsos moralistas. Pois, a familia feliz não imagina a quantidade de pessoas com orientação diferente que as rodeia, e na maioria das vezes na própria família. Inclusivé, há muitas, mas muitas pessoas homosexuais casados(as), e com filhos! Isto é  certamente um paradoxo muito dificil de resolver para estas pessoas. Criam uma personagem, e vivem num verdadeiro filme. Acredito que em alguns casos, infelizmente, não tenham mesmo saída. Tendo que viver omitindo e oprimindo a sua vontade. Não são felizes, não são honestos nem com eles, nem com quem está ao lado, e vivem assim. Porquê? Não sei ... não tenho certezas, não quero falar do que não sei. Mas imagino, que o retrato familiar será a base do problema. O medo de represálias, o medo de perder a família, os amigos, da difamação barata, etc ... mais uma vez a familia no meio.
Aquele pilar que deveria estar sempre do lado dos seus, para tudo, e em qualquer ocasião.


A minha orientação é hetero. Mas não é por isso, que todos têm que ser como eu, como eu quero, e como eu penso! Até podemos não querer lidar com a diferença, é uma opção. Mas há que saber aceitá-la! Tenho alguns amigos homosexuais. Desde o rapaz do café, até advogados e douctores. Nunca tive qualquer problema, nunca me senti mal, nem incomodada com a sua escolha. Vejo-os pelo que são, e não pelo o que fazem ou deixam de fazer. A eles, e heteros! Cada um sabe de si, da sua vida, e ninguém tem nada com isso! É tão simples! Para quê complicar????!! Mas não. Há sempre gente tacanha empenhada e disposta a distorcer estas questões. Que a mim só me faz pensar, que, ou são ignorantes, ou ressabiados, ou frustrados(as) sexualmente! Sim, porque aqui acho que não estou longe da verdade. Nesta sociedade há muita gente com falta de qualquer coisa... exatamente! Mas não só...ainda temos muito que crescer! Eu espero um dia ver e viver numa sociedade livre de pensamentos pequeninos, onde a liberdade seja de todos, e para todos com o devido bom-senso.





Cuidado familia feliz tão cheia de valores, não atirem pedras contra o próprio telhado ... para quem tem filhos ... um dia o telhado pode cair!

Saturday, April 10, 2010

Velhos são os trapos...
Preciso de partilhar isto...

José, São, José Alberto e Florinda


José Alberto - Avô materno
Tinha 1,90 de altura. Um carpinteiro de mão cheia. Um artista que trabalhava a madeira com o coração. Cheguei a ver alguns papeis perdidos no tempo, onde pude vislumbrar a sua magnifica letra. Tinha uma letra linda! Na altura, perdido numa aldeia perdida, contavam-se pelos dedos de uma só mão as pessoas letradas. O meu avô era uma delas.
Lembro - me de ele ser enorme! Lembro-me dele me ir buscar ao táxi quando chegava de Lisboa para lá passar o Verão. Certa vez, adormeci no táxi e quando acordei, ele estava-me a pegar ao colo tentando evitar que eu acordásse. Todos os Verões, fazia-me um baloiço, com uma corda resistente e uma tábua, pequena, minunciosamente trabalhada para os meus avanços. Fazia-o às escondidas para me surpreender. Mas um dia, apanhei-o desprevenido. E deslumbrada, rasguei um enorme sorriso para a tábua que estava a ser serrada. " É o meu baloiço!!! " Ele negou. Falou-me que era uma tábua para a minha avó cortar carne. Mas era a brincar. Era mesmo o meu baloiço. E é tudo o que me lembro dele ... faleceu pouco depois, tinha eu sete anos. Ainda hoje as suas ferramentas de trabalho jazem nas traseiras de uma humilde casa de granito. Ferrujentas, tristes, e habitadas por aranhas. Estão lá no mesmo lugar onde as deixou, nas suas respectivas posições. O nó das cordas que suportavam o meu baloiço, o ultimo que ele me fez, ainda lá estão presas a um barrote. Não estivemos muitos anos juntos, mas ... o tempo suficiente para a sua figura carismática me marcar para sempre. Pois lembro-me dele, como se estivesse estado com ele ontem. É curioso...


Florinda - Avó materna
Pequenina, tipicamente portuguesa. Ao contrário do meu avô, não sabia, ou não teve oportunidade de saber sequer escrever o próprio nome. Uma triste realidade daqueles tempos. Como ela, eram às centenas por esse país fora. Era mais uma entre muitas e muitas mulheres, talhadas para cuidar dos filhos, sempre muitos, e para trabalhar na agricultura de Sol a Sol. Mas era uma castiça! Muito esperta! Nada lhe escapava. Eu era sempre apanhada. Lembro-me dela correr atrás de mim de vassoura em punho pelo terraço fora. Eu morria de medo! E corria até ela desistir! Mas ela não me queria mal. Era o seu jeito travesso. Lembro-me dela me dar banho num algidar grande, azul escuro, no meio da cozinha, e com o famoso sabão azul e branco!( Risos ) Uma vez falou-me, que ía á venda ( mercearia ) comprar um bolo. Fiquei regalada! Quando ela chegou, só vi um pão grande embrulhado em papel. Perguntei pelo bolo! O tal bolo, era o nome que davam aquele tipo de pão. Fiquei desiludida, mas não reclamei. Adorava comer aquele pão com chocolate no meio, não em creme, nem derretido, mas sim sólido, aos pedacinhos no meio do pão. Ainda hoje gosto. Uma daquelas manias antigas que se pegam.



A minha avó, uma vez viúva, deixou a tal humilde casa de granito, que ainda hoje existe, e foi viver para casa de uma filha, minha tia que vivia por perto. Lá tinha os meus primos todos da minha idade, ouro sobre azul, para a brincadeira! E com o passar dos anos fui convivendo mais com eles, do que com ela. Embora ela estivesse sempre presente, a minha atenção dispersou. Entretanto cresci, cresci depressa, e deixei de lá ir com frequência. E ela envelheceu, envelheceu depressa ... tão depressa que quando dei por isso já estava acamada. Com 93 anos, mais pequenina, já não via bem, pouco falava, mas estava sempre a sorrir, sempre ... é a imagem que guardo. Foi a ultima vez que a vi, foi ... a sorrir. Morreu feliz, sem sofrimento, sem máquinas, morreu em paz e em casa. E fico feliz por isso.
Jamais me esquecerei de ti a correr atrás de mim com a vassoura. Jamais me esquecerei das vezes que dormiamos juntas quando vinhas a Lisboa, de rezares o terço completo, e de penteares os teus longos cabelos brancos, como se fosse um acto secreto. Jamais me esquecerei do teu eterno luto pelo meu avô. E por fim, jamais me esquecerei do cheiro da tua pele, cheiro a terra e a sol.



São - Avó paterna
Bem robusta, e super bem disposta. Ainda a tenho! E sou uma neta babada! Esta é uma criatura maravilhosa. Simples, humilde, muito activa, e 87 primaveras saudáveis! Maravilhoso! A diferença do tipo de vida entre as minhas avós? Nenhuma. Ambas da mesma 'raça', mães de muitos filhos, e escravas da vida árdua do campo. Mas esta minha avó é uma contadora de histórias magnifica. Histórias de outros tempos, que ultrapassam a imaginação de muita gente. Eu e muitos netos, ficamos sempre deslumbrados quando a ouvimos falar. Tem uma boa cabeça, de horizontes abertos, é directa, objectiva, fala de tudo sem problema nenhum. Acho-a o máximo! Casou-se em 1940, e teve treze filhos. Naquela época, numa aldeiazinha atrás do Sol posto, era tudo muitissimo simples. Não havia festas, nem viagens de núpcias, embora noites de núpcias, parece-me a mim que foi a vida toda! E fizeram bem!! Ela sempre trabalhou no campo, e com o gado. Algumas ovelhas, galinhas e coelhos. Tudo para criar, matar, e alimentar a familia que crescia todos os anos. O meu avô trabalhava numa pedreira, hoje a 45 minutos de carro, mas na altura era quase do outro lado do mundo! Só ía a casa ao fim-de-semana. Está visto, a razão da numerosa familia. Justifica-se. Não havia televisão! Aliás, quando casaram, a electricidade ainda não tinha lá chegado! A luz era de velas, ou de candeeiros a petróleo. Isto dito assim, pode parecer que estou a falar de personagens precárias, diminuidas, mas enganem-se ... aqui falo, de pessoas incriveis, sem escolha, sem opção, com uma capacidade de sobrevivência única.



A casa onde ainda hoje vivem, agora equipada, mais moderna e funcional. Na altura, tinha só dois quartos, minimos! Um para os meus avós, o outro para os filhos. Dormiam para os pés uns dos outros, em zig-zag. Na cama e no chão. Não havia casa de banho. Era um buraco fundo na terra em forma de poço, fora da casa. Os banhos eram tomados no tanque de pedra onde se lavava a roupa, com metro e meio de profundidade e pouco mais de dois metros de comprimento. Também situado no exterior, com água de nascente que corria e ainda corre, livremente todo o ano, do melhor que há! Toda a alimentação vinha do campo e dos animais. O pão, por exemplo, não havia à venda. Fazia-se em casa. E os meus avós só tinham possibilidade de fazer pão uma vez por semana, mesmo assim não era sempre. Segundo ela, e confirmado pelo meu pai, fazia o pão à noite. E assim que lhe sentiam o cheiro, eles nem dormiam! De manhã, acotovolavam-se uns aos outros para ver quem chegava primeiro!



A minha avó tinha os filhos onde calhava. Porque não podia deixar de trabalhar! Todos os dias religiosamente de Sol a Sol tinha que ir para o campo. Quando era possivel, e se não estivesse muito longe, era levada para casa. Mas se a criança estivesse com pressa, era ali mesmo! No meio do campo! Vizinhas e familiares, armavam-se de panos e água quente, chamavam-se as mulheres mais velhas, parteiras ou não, e toca a a fazer força! Assim nasceram 13 crianças saudáveis!! Avó! És a maior!!!! Grande senhora!!!
Uma vez falou-me que quando eram novas, a altura da menstruação, era uma tortura. Não havia " Evax´s fina e segura ". Usava-se um paninho, tipo turco, dobrado de forma a que ficasse aconchegado. No meio da sua luta diária, por vezes, não havia nem tempo, nem condições para urgências. Em dias de maior fluxo, o mesmo, abria caminho pernas abaixo. Era uma situação normal. Ninguém sofria com isso. Se ninguém tivesse um paninho a mais, só quando chegavam a casa é que tratavam da sua higiene. Até lá, contiuava-se a trabalhar como se nada fosse. Lembro-me perfeitamente de ter ficado sem palavras. E de só sentir, um enorme respeito e admiração por toda esta geração.

José - Avô paterno

Figura elegante. Também está connosco. E toda a vida foi um homem duro de roer, homem do campo, e rigoroso. Segundo a minha avó, ele era lindo! Alto, louro, e de olhos azuis. Já não é tão alto, o louro deu lugar ao branco, mas os seus olhos azuis continuam a ser lindos. Naquela época, só se namorava na presença dos pais ou familiares. Não podiam estar, nem andar sózinhos. Hoje em dia eles riem-se disto. E afirmam, que era assim de facto. Mas que todos os casais sem excepção, arranjavam maneira de se encontrarem às escondidas. Óbviamente, não se arriscavam muito, porque se fossem apanhados, ou avistados por alguém, tudo se sabia muito rápidamente. E depois, havia severos castigos e sermões, sobretudo para as jovens mulheres. Um jovem casal que namorásse livremente sem ninguém por perto, era visto com maus olhos. Era vergonhoso, e não tardava a serem difamados. Outros tempos!
O meu avô tinha um génio rigoroso com os filhos. Começaram todos a trabalhar cedo. Ajudar no campo e na lida da casa. Ele era o Mister, daquela equipa de futebol. Um dia o meu pai foi apanhado a fumar nas trazeiras da casa. Tinha quinze anos. Levou uma tareia, que nunca mais se esqueceu. Nem falou uma palavra. O respeito que tinham por ele era quase divino. Respeito esse que ainda hoje existe, claro. No Verão, quando aparecemos lá todos, ele até foge de vez enquando. Dá vontade de rir! Fica confuso com tanta gente! ( Risos ) É dotado uma vivacidade invejável. Há três anos teve um AVC. Ficou temporáriamente sem falar, sem andar, e não reconhecia toda a gente. Ficámos todos assutados e inquietos. Toda a familia se uniu. Mas tudo acabou bem. Ele foi para casa, com todos os cuidados assegurados. E pouco tempo depois, imaginem só, foi ver um jogo de futebol. Como se nada fosse! Ficou sem nenhuma masela. Fala, pensa, age, anda, tudo perfeitamente normal. Com quase noventa anos, não é para qualquer um! Certa vez, no Verão, tinha lá ido passar uns dias com o meu irmão e o meu primo Vasco. Acordámos com a minha avó aos gritos! Levantámo-nos de assalto! E corremos lá para fora! Deparámo-nos com a minha avó a tentar segurar o meu avô, que estava furioso com o vizinho do lado que deixará correr água para o caminho dele para o provocar, visto que já não se davam lá muito bem. Estavam-se atacar verbalmente. Mas o meu avô sem meias medidas, já estava de enchada na mão para lhe partir a cabeça! Só visto!!! Fiquei petrificada! Lá conseguimos acabar com aquela discusão, e fomos todos para casa. Vejam só o temperamento deste senhor. Não é por mal, mas orgulho-me! ( Risos ) Com ele não se faz farinha! Engraçado ... somos todos uns pacificadores. E é mesmo verdade. Mas por exemplo, eu, o meu irmão também, quando a gente se enerva ou nos exaltamos, somos iguazinhos ao meu pai, e por acréscimo ao meu avô. Já assisti. E não é bonito. Creio que todos temos o bicho dele cá dentro. Somos da paz, mas no que toca a provocações desmedidas perdemos a cabeça. Enfim ... genes!

Desta união nasceram 13 filhos, 23 netos e já conta com 12 bisnetos. É confuso, mas delicioso quando todos nos juntamos. Somos muitos, e ao contrário de muitas familias grandes, damo-nos todos bem ... os meus avós são uns guerreiros, e venceram a batalha.

Para finalizar ... orgulho-me muito da minha familia. E sinto nos genes, a força e a sua capacidade de encaxe nas mais diversas situações. É uma mais valia, nos tempos que correm, muito preciosa. E ainda bem que a herdei. :)


Friday, November 6, 2009

Lembram-se?



Quem não se lembra do rebelde Johnny e da menina Baby...
Dirty Dancing - 1987

Patrick Swayze e Gennifer Grey

2008

Vi este filme alguns anos depois de ter sido lançado. Pois, na altura era muito miuda. Mas de longe, de longe, por mais filmes que veja, este é o meu casal preferido de todos os tempos. Na altura, este filme foi rotulado de "filmezinho". Nunca imaginaram o sucesso mundial que iria ter, e com toda a legitimidade. Marcaram uma geração, algo que poucos filmes alcançam.

Infelizmente, Patrick ( bailarino, actor e compositor ) faleceu de cancro em Setembro de 2009. Em 1991 foi considerado o homem mais sexy do mundo pela famosa Revista People.
R.I.P Patrick Swayze.





































A Natureza Humana é a maior biblioteca do mundo...

Actualmente, parece que estamos cada vez mais dispostos a deixar de ser Seres. Seres Humanos. Parece que agora somos uma espécie de Fazedores Humanos, Doutores Humanos, Construtores Humanos. Seres Humanos? Nah...O que é isso?
Infelizmente, qualquer dia deixamos de saber da nossa verdadeira e única identidade.
Hoje em dia, grande parte desta espécie é apanhada nas malhas do dever, da carreira, do protagonismo, do satus, etc... Malhas que exigem cada vez mais de nós, e que nos impedem se sermos genuinos. Simplesmente Seres! De darmos aos nossos, e ao próximo, tudo de maravilhoso de que somos feitos.
As crianças - se as houver - crescem com pais em modo part-time, ou nas escolas, ou na casa da vizinha, ou na casa dos avós. Familia? Só existe nas fotos lá de casa. Vê-los? Só em casamentos e funerais. É arrepiante... mas é verdade. Amigos? Poucos. Cada vez menos. Já não é preciso ter amigos. Só aqueles que são, ou que possam vir a ser convinientes. Para não falar nas redes sociais!
Nós agora, Fazedores Humanos, mais do que outra coisa qualquer. Preocupamo-nos em nos passear uns para os outros, como uns pavões. A ler o livro do momento, para podermos exibir a nossa mente brilhante a curto prazo. Atropela-se seja lá quem fôr para chegar onde se quer. Se possivel fazendo batota, para chegar lá mais depressa! Já não se constrói nada com ninguém, vai-se construindo, se não é com uma é com outra qualquer. Já ninguém fica ao nosso lado se perdermos tudo. Já ninguém gosta de animais por aquilo que são. Mas sim, pelo pedigree. Se for de raça, já merece atenção, inclusivé trelas e coleiras LoiusVitton. Já ninguém pára para acudir alguém em apuros. Como senão chagásse, andamos maravilhados com o nosso Umbigo. Que não passa de um buraquinho?! Mas há quem ache o seu enfadonho buraquinho a ultima Coca-Cola do deserto, e passe lá a vida com os cornos enfiados.
Que é feito de nós, Seres? ... Porque é que não dizemos o que sentimos ... Porque é que não fazemos o que queremos ... Porque é que não visitamos quem nos quer bem ... Porque é que não ajudamos quem precisa de nós ... However!

Monday, November 2, 2009







Enquanto houver pessoas dispostas a morrer por uma causa, relegião, ou fanatismo ... o terrorismo infelizmente permanecerá.
Em nenhum momento nos devemos esquecer disto.
Todos os anos, ou por mais anos que passem, assusta-me pensar no que é que virá a seguir. Ainda hoje este dia me choca, e tenho quase sempre este pensamento presente. O que é que aquelas três mil pessoas, devem ter sentido. Se é que existem palavras capazes de transmitir o avassalador desespero a ponto do suicidio ser a saída mais digna e menos dolorosa.
Em nenhum momento nos devemos esquecer disto.